Gestão do lixo - Coleta seletiva

Apesar da importância que tem para o processo de reciclagem, a coleta seletiva só existe em 443 cidades brasileiras (8% do total), segundo uma pesquisa feita pela associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (CEMPRE).

Ana Nascimento/ABr













Latas de reciclagem em frente ao Ministério da Educação, colocadas no lançamento do programa Reeducar para Conservar

O estudo revelou ainda que cerca de 22 milhões de brasileiros têm acesso a programas municipais de coleta seletiva. Mas, apesar de o número de programas ter dobrado no Brasil entre 2000 e 2008 (passou de 451 para 994) na maior parte das cidades do País, o serviço não cobre mais que 18% da população local, segundo o IBGE.

O custo da coleta seletiva também é alto, se comparado ao da coleta convencional. O preço médio da coleta seletiva nas grandes cidades calculado pela pesquisa do CEMPRE foi de R$ 376,20. Já a coleta regular de lixo custa, em média, R$ 85,00, quatro vezes menos. 

As prefeituras realizam a coleta seletiva dos resíduos sólidos em 52% das cidades pesquisadas; empresas particulares executam a coleta em 26%. 

Mais da metade (62%) apoia ou mantém cooperativas de catadores como agentes executores da coleta seletiva municipal. 

Para preparar a sociedade brasileira para uma mudança de comportamento em relação à coleta seletiva do lixo e ressaltar os benefícios ambientais, sociais e econômicos do reaproveitamento dos resíduos sólidos para o Brasil, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) realiza a campanha “Separe o lixo e acerte na lata”. 

Um dos objetivos da campanha é divulgar as soluções propostas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) como mecanismo de logística reversa: uma vez descartadas, as embalagens são de responsabilidade dos fabricantes, que devem criar um sistema para recolher e reciclar o produto. 

“É necessário ampliar a coleta seletiva e associá-la ao instrumento de logística reversa”, disse o diretor da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do ministério, Silvano Silvério.

Para a diretora-executiva da Brasil Ambiental, empresa que oferece soluções na gestão de resíduos, Marialva Lyra, “ainda há muito que fazer no setor de coleta seletiva no Brasil, mas o País tem avançado bastante”.

A Brasil Ambiental, que faz parte do Grupo Ambipar - que atua há mais de 100 anos na gestão de resíduos - e atende empresas dos setores de petróleo e gás, siderurgia, mineração, alimentício e químico. 

A empresa recolhe resíduos industriais, domiciliares, de saúde, aeroportos e portos. 

Com exceção dos resíduos de saúde, que não podem ser reciclados, os demais são transformados em novos materiais, como vassouras, no caso dos plásticos, e compostos para a agricultura, no caso dos orgânicos. 

“Todo material fabricado a partir dos resíduos é doado para ações socais”, explica a diretora.

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