Os segredos do chef norte-americano Rick Moonen, o “padrinho da sustentabilidade”



Rick Moonen criou um menu especial com Bel Coelho para 
food truck de Las Vegas que rodou por São Paulo || Créditos: 
Divulgação
Por Nataly Costa para a revista PODER de maio


Saber de onde vem a comida que se coloca no prato e, mais do que isso, trabalhar para proteger essa fonte. 

É assim que funciona a cozinha do chef norte-americano Rick Moonen, especialista em frutos do mar e um conhecido militante contra a pesca predatória nos Estados Unidos. 

Sustentabilidade é regra nos dois restaurantes que ele comanda em Las Vegas: o RM Seafood e o RX Boiler Room, ambos no badalado The Shoppes at Mandalay Place. 

Recentemente, Moonen criou um menu a quatro mãos com a chef Bel Coelho, do restaurante Clandestino, em São Paulo, que também faz sua parte na área da sustentabilidade ao dar preferência a ingredientes orgânicos e oriundos de pequenos produtores. 

“Quando você trabalha com outro chef, nunca sabe que mágica vai sair. Com a Bel foi muito interessante porque usamos ingredientes frescos das duas culinárias”, explica Moonen. 

O resultado foi uma salada de papaia verde com tempero asiático e peixe com purê de couve-flor, entre outras delícias, que foram servidos em um food truck montado em São Paulo.

“Quando digo às pessoas para se alimentarem de forma sustentável, estou dizendo para comerem de maneira mais diversificada”, explica Moonen, que dá palestras mundo afora sobre os perigos da pesca excessiva de uma única espécie – como o peixe-espada, por exemplo – e faz questão de servir em seus restaurantes espécies menos tradicionais. 

“Nós, cozinheiros, estamos na linha de frente e vemos a escassez de alguns peixes”, comenta ele, que tem como guru a austríaca Nora Pouillon, do Nora, primeiro restaurante orgânico do mundo.

Com a bandeira da culinária responsável, Moonen tenta criar algo novo todo dia. Seu desafio atual é gourmetizar peixes menos nobres, como a sardinha – inclusive aquela enlatada, de supermercado. 

“Estou chamando de ‘da lata-para-a-mesa’. Vai ser grande! Não apenas farei pratos deliciosos como vou aproveitar o que alguns usam apenas como isca. São peixes ricos em ômega 3 e pobres em toxinas como o mercúrio.”

E tudo isso em uma cena gastronômica das mais efervescentes do mundo. 

“Las Vegas me abraçou e entendeu minha mensagem. 

Me sinto sortudo de viver em uma cidade tão generosa em relação à comida.”

“Turista do futuro se preocupará com ética e sustentabilidade”, diz estudo

 



O futuro do viajante ético foi debatido na Social and Sustainable Tourism Summit 2017

De acordo com o relatório Future Traveler Tribes 2030 da Amadeus, foi apontada a crescente tendência em relação ao viajante do futuro e à relevância das estratégias de responsabilidade social corporativa para atender a esse segmento. 

Apontamentos foram realizados a convenção Social and Sustainable Tourism Summit 2017, realizada em Cancún nos dias 4, 5 e 6 de maio.

Durante o painel “Entendendo e nos Comunicando com o Novo Turista” do evento, Adolfo Jiménez, diretor comercial da Amadeus no México, disse que “o desafio não está somente em localizar esta tendência no contexto das viagens, mas em transformar a maneira pela qual conduzimos diversos processos dentro da nossa indústria. 

Como empresa de tecnologia acreditamos estar em uma posição privilegiada para propiciar e facilitar essa troca”.

Destacou-se também a previsão de uma nova tribo de viajantes éticos, turistas que tomarão decisões utilizando como norte o respeito pelo meio ambiente e a inclusão de diferentes grupos sociais em suas atividades e viagens. 

Eles são um dos seis grupos apontados como Tribos de 2030 pela Amadeus e a cada um, é necessário adaptar o futuro das viagens.

A Amadeus IT Group deu passos concretos em termos de responsabilidade social, medindo de maneira efetiva as emissões de gases de efeito estufa e comprometida com o turismo sustentável. 

A Amadeus também foi a única empresa de tecnologia da indústria de viagens presente pelo quinto ano consecutivo no Índice Dow Jones de Sustentabilidade e, no âmbito da América Latina, contribui socialmente por meio de diversos programas de voluntariado e de apoio à educação.

Apple pretende usar mais materiais reciclados em dispositivos

A empresa assegurou em seu relatório de meio ambiente que se propôs o "desafio de um dia não depender nem um pouco da exploração mineira"

Por AFP



Apple: "As cadeias de suprimentos tradicionais são lineares. 

Os materiais são extraídos, os produtos são manufaturados, e muitas vezes acabam em aterros sanitários após o uso. 

Em seguida, o processo começa de novo e mais materiais são extraídos da terra para novos produtos" (Lucy Nicholson/Reuters)

A empresa de tecnologia americana Apple estabeleceu o objetivo de “um dia” utilizar apenas materiais reciclados para fabricar seus dispositivos, segundo seu relatório de meio ambiente de 2017, publicado nesta quinta-feira.

“As cadeias de suprimentos tradicionais são lineares. Os materiais são extraídos, os produtos são manufaturados, e muitas vezes acabam em aterros sanitários após o uso. 

Em seguida, o processo começa de novo e mais materiais são extraídos da terra para novos produtos”, aponta o grupo em seu relatório.

“Acreditamos que nosso objetivo deveria ser uma cadeia de suprimentos de circuito fechado, onde os produtos sejam fabricados usando só recursos renováveis ou materiais reciclados”, sugere.

A companhia assegura no documento que se propôs o “desafio de um dia não depender nem um pouco da exploração mineira”, embora não tenha estabelecido uma data concreta para alcançar esta meta.

Todos os aparelhos que a companhia fabrica, como o iPhone e o iPad, requerem grandes quantidades de alumínio, cobre, ouro, prata, estanho, cobalto e tungstênio, entre outros.

“Nosso objetivo é uma cadeia de suprimentos de circuito fechado” que não exija a extração de recursos naturais, afirmam.

A Apple lembrou que seus clientes podem entregar seus dispositivos velhos à empresa e disse que trabalha em “novas técnicas de reciclagem”, como seu robô Liam, que recupera materiais dos iPhone 6.

“É um objetivo ambicioso, que requererá muitos anos de colaboração entre várias equipes da Apple, nossos fornecedores e especialistas em reciclagem, mas o trabalho já começou”, acrescenta o texto.

O Greenpeace qualificou o anúncio da empresa de “um grande passo” para o setor tecnológico, mas fez algumas observações.

“Embora passar a 100% de materiais reciclados seja essencial para reduzir o impacto ambiental do setor, também é fundamental que a Apple e as demais empresas tecnológicas concebam produtos que durem, sejam fáceis de consertar e recicláveis no final da sua vida”, afirmou Gary Cook, especialista em tecnologia da ONG, citado em um comunicado.

“O compromisso da Apple é ambicioso”, continuou, “e mostra a necessidade de um maior sentimento de urgência em todo o setor (tecnológico) para reduzir o consumo de recursos e os resíduos eletrônicos que têm um impacto importante no meio ambiente e na saúde humana”, acrescentou.

Cook instou outras grandes marcas tecnológicas, como Samsung, Huawei e Microsoft, a seguir a iniciativa pioneira da Apple.

A empresa não detalhou qual proporção de materiais reciclados utiliza atualmente para fabricar seus produtos.

O grupo se comprometeu a diminuir mais o consumo energético da sua produção, apontando que 96% da eletricidade que utilizou em suas instalações do mundo todo no ano passado procedia de uma fonte renovável, chegando a 100% nos Estados Unidos e na China.

Este shopping na Suécia só vende produto reciclado

O shopping ReTuna é uma parceria entre o governo municipal, organizações sem fins lucrativos e empresas locais. Lá, nada se perde, tudo se transforma...

(ReTuna/Reprodução)

São Paulo – A Suécia é reconhecidamente um dos países com melhor gestão de lixo do mundo. 

Não à toda, o país nórdico possui um shopping inteiramente voltado para produtos reciclados e recuperados.

Inaugurado em 2015, o ReTuna fica na cidade de Eskilstuna, a 100 quilômetros de Estocolmo. 

O centro comercial funciona de três formas.

Em parte, é um depósito de reciclagem, onde os visitantes podem descartar móveis ou roupas que não usam mais. 

Os funcionários locais classificam os itens recebidos e decidem o que pode ser distribuído às lojas do shopping para ser reaproveitado.


(ReTuna/Reprodução)

A outra parte é a experiência de compra. O ReTuna possui 15 lojas, que comercializam móveis para decoração, utensílios domésticos, eletrônicos remodelados, artigos esportivos e de vestuário. 

Além disso, há um restaurante com menu de alimentos frescos e de origem sustentável e instalações para conferências.


(ReTuna/Reprodução)

A terceira parte, e talvez a mais bacana de todas, é a vocação educacional do espaço. Várias dessas lojas também funcionam como showrooms “faça você mesmo”, onde os clientes podem aprender tarefas como reparar itens domésticos, customizar roupas ou criar suas próprias luminárias.

Os visitantes também podem se inscrever em um programa de design, reciclagem e reúso com duração de um ano. 

O shopping é uma parceria entre o governo municipal, organizações sem fins lucrativos e empresas locais.
Fonte: www.exame.abril.com.br