Herdeiro de família com longa tradição no setor, empresário mineiro inovou ao adotar técnicas ecológicas e modernas ferramentas de gestão
O Empresário mineiro Marcelo Montanari nasceu em uma família com uma tradição centenária no cultivo de café.
Com toda essa experiência acumulada, Marcelo poderia simplesmente ter seguido os passos do pai e do avô, mas ele decidiu inovar.
Em 2008, juntou suas economias e adquiriu terras no município de Patrocínio, na região do Cerrado Mineiro, onde fundou a Fazenda São Paulo e começou a produzir utilizando práticas sustentáveis e modernas ferramentas de gestão.
A empreitada deu tão certo que fez de Marcelo um dos ganhadores da edição 2015 do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, oferecido pelo Sebrae.
“Sou da quarta geração de produtores na minha família, e muita coisa mudou desde a época do meu bisavô.
Antes você trabalhava apenas para produzir. Hoje o foco está no cliente e no que ele quer, e resolvi apostar em qualidade e sustentabilidade”, explica Marcelo.
Marcelo Montanari modernizou sua fazenda para entrar no nicho de
cafés premium Foto: Divulgação
O empresário opta por secar os grãos ao sol em vez de usar um
Baseado nessas convicções, ele passou a visitar e receber clientes, e percebeu a necessidade de adotar modelos modernos de gestão, investir em maquinário e em capacitações periódicas de seus funcionários.
“Nossa produção sempre foi voltada para a exportação, mas a ideia era sair do café commodity e passar para os cafés premium.
Depois de adotarmos estas medidas, conseguimos seis certificações, que são importantes para a entrada em certos mercados como o Japão, que é bastante rigoroso”, afirma o produtor.
O empresário opta por secar os grãos ao sol em vez de usar um
forno a lenha Foto: Divulgação
Negócio verde
Uma das principais apostas de Marcelo para se diferenciar da concorrência foi a adoção de práticas sustentáveis, como o manejo integrados de pragas e doenças.
“Fazemos um levantamento das pragas que estão atacando as plantações para realizar um controle mais natural, apenas com armadilhas.
Só em último caso usamos defensivos, e quando o fazemos usamos tipos menos agressivos para o ambiente”, diz.
Com isso, o café produzido no local ganhou novos mercados,
como o Japão Foto: Divulgação
Outra medida adotada na fazenda é a reciclagem da água empregada no processamento do café.
Depois de ser utilizado na lavagem dos grãos e em outros procedimentos, o recurso natural é encaminhado para tanques de decantação, e na sequência é usado como biofertilizante.
Além disso, Marcelo usa a própria luz do sol para secar os grãos.
“Mesmo quando o café vai para o secador, contamos com modelos modernos, que consomem três vezes menos lenha.
E toda essa madeira vem de eucaliptos plantados na nossa propriedade”, afirma.
Para completar, a Fazenda São Paulo ainda realiza o monitoramento e manejo das espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção que ficam no seu entorno.
“Orientamos nossos funcionários a fazer um relatório de tudo o que viram de diferente ao longo do dia.
Também plantamos árvores que alimentam certos animais, como tamanduá e seriema, além de construir abrigos e poleiros para eles”, encerra o empresário.
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