Criatividade e sustentabilidade são segredos de sucesso em Alagoas


Raul Plácido/Agência Alagoas
Gerônimo observa efeito de luz da luminária de PVC
Agência Alagoas

Empreendedor transforma resíduos da construção civil em negócio rentável

Sustentabilidade é a palavra de ordem para o novo mercado. Montar um negócio baseado em práticas sustentáveis é, atualmente, uma realidade adotada por pequenos, médios e grandes empreendedores. 

Segundo Pesquisa Nacional sobre Responsabilidade Social e Práticas Sustentáveis, divulgada em 2011 pelo Instituto ADVB de Responsabilidade Socioambiental, o investimento médio das empresas em sustentabilidade está na casa de R$ 1,2 milhão ao ano.

Mas, ao contrário do que parece, nem sempre é preciso investir muito para obter bons resultados. 

Em Alagoas, um ex-garçom provou que com pouco dinheiro também é possível obter lucro e cuidar do meio ambiente. Com apenas R$ 10 no bolso, mas com muita criatividade na cabeça, Gerônimo Manoel de Oliveira, 37 anos, transformou o lixo da construção civil em fonte de renda.

“Um dia eu fiz um exame que acusou um problema sério no estômago e isso me deixou em cima de uma cama. Numa quinta-feira, ouvi uma voz que dizia que eu me levantasse, comprasse um cano e fizesse uma luminária. 

Nesse dia eu tinha dez reais no bolso. Com esse dinheiro eu comprei onze quilos de cano e fiz cinco luminárias, que me renderam um total de R$ 550”, relembra.

Com o aperfeiçoamento do trabalho e com várias ideias em mente, o empreendedor criou um projeto que tem rendido bons frutos e consiste em reaproveitar os restos de cano de PVC que não serviriam mais para uso nos canteiros de obras de grandes construtoras. 

Batizado de “Resíduos de PVC salvando a natureza”, o projeto, além de gerar emprego e renda, também colabora com o meio ambiente, evitando que os resíduos sólidos sejam descartados.

“Apostei na minha ideia de trabalhar com o PVC, larguei meu emprego fixo e passei por maus bocados, mas deu certo. Meu sonho agora é trabalhar exclusivamente com o PVC reaproveitado dos canteiros de obras. 

Quero fazer com que as construtoras enxerguem que cada pedaço de cano que seria jogado fora pode significar um emprego para um pai de família”, conta Gerônimo Oliveira, que atualmente emprega três funcionários.

A parceria com a GR Artes em PVC – empresa de Gerônimo – também traz benefícios para as construtoras, que acabam adquirindo produtos como placas de sinalização e até chaveiros, que são entregues aos clientes após a finalização das obras, a um preço bem abaixo do mercado. 

E com o diferencial de ser um produto que terá ainda mais durabilidade.

A primeira construtora a apostar na ideia do pequeno empreendedor foi a Engenharq. Presente no mercado alagoano há 12 anos, a empresa se preocupa com o meio social que interage. 

Segundo a assessora de Qualidade da construtora, Kalyne Gonçalves, a parceria foi uma iniciativa de Gerônimo e nasceu a partir da construção do Residencial Novo Jardim, localizado no bairro do Eustáquio Gomes.

“A Engenharq sempre adotou políticas de responsabilidade ambiental nos empreendimentos construídos. Em relação aos resíduos de PVC, por exemplo, ele já era reaproveitado, mas de maneira artesanal dentro da própria obra. 

O trabalho realizado por Gerônimo é diferenciado”, explica.

Além de obter peças com design e acabamento de qualidade, por meio da parceria, a construtora conseguiu diminuir custos, encurtar prazos e reduzir o acúmulo de resíduo na obra, um equilíbrio perfeito entre três importantes pilares: ambiental, econômico e social.

Produção

Outro diferencial da empresa montada por Gerônimo está no maquinário utilizado durante o processo de confecção das peças. Nenhuma delas permanece com o aspecto original ou têm a mesma utilidade dada pelo fabricante. 

Todas foram modificadas e adaptadas pelo próprio artesão para que pudessem ser utilizadas na transformação dos canos de PVC. No total, são oito equipamentos inéditos, únicos, que funcionam como o coração da oficina. Um deles, por exemplo, serve para transformar os pedaços de cano em placas de PVC que vão dar vida a novos objetos.

“Não existe uma máquina no mercado que transforme cano de PVC em uma placa, por exemplo, e por isso eu preciso fazer as modificações no maquinário, adequando ele para as minhas necessidades”, conta Gerônimo.

As peças confeccionadas na oficina que fica em um terreno ao lado da casa em que mora, na parte alta de Maceió, possuem detalhes que impressionam. As luminárias, em especial, trazem um acabamento que remete às rendas alagoanas, garantindo um efeito de sofisticação aos ambientes em que são utilizadas. 

Há também bandejas, pratos, galheteiros, chaveiros, lixa para pés, gaiolas e até carteiras escolares. Somente patenteados são cerca de 140 produtos inovadores.

Da primeira luminária até hoje, muitas foram as ideias colocadas em prática pelo empreendedor que se orgulha de ser chamado de artesão. Uma delas resultou na confecção de carteiras escolares cerca de 25 vezes mais resistentes que as utilizadas nas unidades educacionais atualmente. 

De acordo com Gerônimo, as carteiras feitas de canos de PVC já foram adquiridas por algumas escolas particulares de Alagoas. “Além de ajudar o meio ambiente, essas escolas também saem na vantagem por estarem utilizando um material altamente resistente”, destaca.

Muitos objetos confeccionados por Gerônimo já passaram por avaliações de consultores do Sebrae, que se surpreenderam com a qualidade e o acabamento dos produtos. Para se ter uma ideia, uma luminária da GR Artes feita com cano de PVC chegou a ser avaliada em R$ 3 mil.

Com tantas qualidades, os produtos estão ganhando, aos poucos, o mercado alagoano. De acordo com Gerônimo, cerca de 90% dos restaurantes de Maceió já fazem uso dos produtos da GR Artes em PVC. 

São galheteiros, bandejas e outros vários utilitários que, além de terem uma durabilidade maior que outros produtos, também são de fácil limpeza e atendem às exigências da Vigilância Sanitária.

PVC

O Policloreto de Vinila, conhecido como PVC, é um material muito utilizado na construção civil, especialmente nas tubulações de água. Entre todos os plásticos, ele é o único que não é produzido exclusivamente por petróleo, e sim por uma mistura de cloreto de sódio com eteno. 

O descarte inadequado do plástico é altamente prejudicial ao meio ambiente e representa também um grave problema de saúde pública.

Em Alagoas, o único município que possui aterro sanitário é Maceió. Nas demais cidades, os resíduos de PVC provenientes da construção terminam indo parar nos lixões. Nestes locais, o lançamento do resíduo é feito no solo, acarretando em sérios problemas.

O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil mostra que, em Alagoas, 58,3% dos resíduos sólidos foram descartados nos lixões no ano de 2011. Esta porcentagem é o equivalente a 1.301 toneladas por dia de resíduo sólido jogado a céu aberto. 

Enquanto isso, no mesmo período, apenas 77 t/dia foram destinadas ao aterro. 

“Os resíduos de PVC são prejudiciais também ao aterro, pois diminuem seu tempo de vida útil”, esclarece o técnico da empresa de consultoria Teia Serviços Ambientais, Gleriston Oliveira.

Atualmente, a maneira encontrada para amenizar o problema do descarte de resíduos em todo o Brasil é transformar o lixo plástico em matéria-prima, ou descobrir soluções simples, criativas e viáveis, assim como fez o ex-garçom alagoano Gerônimo.

Projeto sustentável, edificação durável?


Qual a relação entre um projeto sustentável e uma edificação efetivamente sustentável? 

A reflexão que se segue parte da ideia de que a sustentabilidade de uma edificação é dada pela permanência, ao longo do tempo, da sua utilidade e da eficiência de suas facilidades, assim como de como ela se insere no contexto urbano permitindo o desenvolvimento e as condições de vida das futuras gerações.

Inicialmente, eram tidos como projetos sustentáveis aqueles com características relacionadas à ecologia, à preservação de ecossistemas e, essencialmente, àqueles que, para sua execução, não causassem grandes impactos ambientais. 

Esta visão foi se ampliando e os projetos sustentáveis passaram a considerar a concepção de sistemas de vedação e de instalações prediais com melhores desempenhos em termos de eficiência energética e uso racional de água.

Ferramentas de simulação computacional surgem como aliadas nesse processo. A racionalização no consumo de insumos naturais renováveis e não-renováveis e de insumos não naturais também já é considerada nos memoriais descritivos e nos projetos executivos. 

Assim, projetos mais sustentáveis surgem e vão além dos aspectos ambientais, solucionando também questões econômicas e sociais relacionadas.

Então, partindo-se de um projeto sustentável, tem-se por consequência uma edificação sustentável?

A primeira resposta está na análise contextual sob a qual se insere a edificação e as respostas dadas pelo projeto para questões futuras como a previsão de infraestrutura para a mobilidade urbana, abastecimento de água e energia, drenagem urbana, coleta de resíduos e efluentes.

Também como ponto de partida está a investigação e a previsão das diferentes necessidades dos diversos tipos de usuários e como elas são atendidas e previstas pelos projetos. 

Aspectos culturais também devem ser analisados com bastante cuidado. Somente partindo de projetos que consideraram estas informações é que as edificações futuras poderão ser capazes de se sustentar ao longo do tempo.

Além desses pontos, a sustentabilidade das edificações depende da resultante dos projetos em termos de qualidade ambiental interior - conforto e saúde, e de competitividade - despesas operacionais, de conservação e de manutenção. Deve ser evidente a sua capacidade de adequação, flexibilização e adaptação futura dos espaços disponíveis, sistemas construtivos e equipamentos.

Outros pontos fundamentais para a sustentabilidade das edificações que não são tratados pelos projetos são a disponibilidade de informação ao usuário e a capacitação dos gestores prediais para a realização das rotinas operacionais, de conservação e manutenção preventiva dos sistemas e equipamentos instalados. 

Outro ponto é a implementação de práticas de monitoramento que permitam acompanhar os consumos e os padrões de desempenho dos sistemas presentes. 

Este acompanhamento pode se dar por meio de dispositivos de medição, setorização e automação. 

No entanto, independente do meio, ele é essencial para o conhecimento dos padrões presentes, a definição de indicadores, a busca de melhorias, a identificação de desvios, a aplicação de correções e a alimentação de novos sistemas, sempre partindo dos consumos efetivos e dos desempenhos alcançados pelos sistemas presentes.

Assim, projetos sustentáveis se tornam edifícios sustentáveis a partir do momento em que as soluções de projeto são postas à prova e monitoradas e os benchmarks são criados, permitindo o aperfeiçoamento dos desempenhos e, consequentemente, proporcionando durabilidade à edificação.

Clarice Menezes Degani é engenheira especialista em sustentabilidade e assessora da vice-presidência de Sustentabilidade do Secovi-SP.

Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro comenta sucesso dos atletas nos Jogos de Londres.




















Carlos Jorge dos Santos (Foto: Arquivo Pessoal)

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016™ terão a cara do carioca, as curvas das paradisíacas paisagens tropicais e a alma do brasileiro. 

O resto do visual fica por conta da equipe de Carlos Jorge dos Santos, Gerente de Look do Comitê Organizador. 

A missão é entregar uma identidade visual marcante e inspiradora, parte fundamental da experiência memorável da primeira edição do maior evento esportivo do mundo na América do Sul.

O conceito e a criação dos elementos gráficos são definidos pela gerência de marca. 

Em seguida, a gerência de design dá inicio ao desenvolvimento criativo (layouts) de todas as peças que formarão o manual técnico do Programa de Look. 

Durante o processo, a área avalia novas estruturas e propõe materiais para produção e impressão de todos os itens, indicando sempre soluções sustentáveis.

“Ao iniciarmos o trabalho pensando nas características de cada instalação, temos em mente que as pessoas querem sentir o clima dos Jogos e registrar que estiveram lá. 

Quando fizemos os Jogos Pan-Americanos Rio 2007, muitos paravam em frente aos vários elementos de Look para tirar fotos. O look é tão especial que inspira os atletas a dar seu melhor”, destaca Carlos Jorge, que trabalha com o Movimento Olímpico desde 2005.

Observações em Londres

Presente como observador nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, o gerente participou da visita de avaliação final do Programa de Look de todas as instalações esportivas. 

É neste momento que o Comitê Olímpico Internacional (COI) solicita os últimos ajustes e aprova a qualidade da entrega.

“É uma prova de fogo para nossa área, pois este processo acontece na fase final de montagem, geralmente a mais crítica, onde o tempo não corre a nosso favor. 

Pudemos apreender muitas lições com a equipe do Comitê Organizador britânico", afirma.

Em Londres, um dos destaques foi o programa de “spectaculars”, como grandes aros olímpicos e agitos paralímpicos instalados em locais icônicos, como a Tower Bridge. 

Londrinos e milhares de visitantes puderam conferir ainda projeções mapeadas na fachada do Parlamento britânico, às margens do Rio Tâmisa, e o projeto de iluminação de várias pontes.

Algumas das iniciativas demandaram negociações com a administração pública que duraram até dois anos, como a troca de cor da iluminação do famoso Big Ben durante as competições. 

"A parceria com os governos e o seu papel para garantir que a cidade seja ambientada para os Jogos é imprescindível", diz.


Nova sede do Comitê Organizador, a primeira entrega dos Jogos. 

Os projetos da área de Look são divididos em três grupos: o look dos Jogos propriamente ditos (instalações esportivas e não esportivas), o look da cidade e a consultoria técnica prestada para o desenvolvimento de outros programas relacionados aos Jogos.

“Dentro das instalações esportivas, o look é planejado com muito critério para atender principalmente aos requisitos técnicos de cada esporte. Londres foi um caso de sucesso ao executar projetos criativos, como o piso do hóquei, em azul delineado com o rosa pink”, relata Carlos Jorge.

O conceito criativo para que as intervenções visuais na cidade a deixem com a “cara” dos Jogos seguem uma linha mestra definida pelo Comitê Organizador. São aprovadas pelo COI e pelo Comitê Paralímpico Internacional e executadas pelas autoridades do Rio e cidades do futebol. Além disso, orienta todas as ativações dos patrocinadores.

O look reforça a identidade dos Jogos na cidade, num período em que está na vitrine do mundo. É uma grande oportunidade de exposição e, se for feito de uma maneira harmoniosa, também mexe com o sentimento dos moradores. Reforça o sentimento de autoestima e a importância de receber o maior evento esportivo do planeta”, conclui.

Uma das primeiras entregas da área será a ambientação da nova sede do Comitê Organizador Rio 2016™, localizada no Centro do Rio. 

É a primeira instalação não esportiva construída para os Jogos. Toda a identidade visual do local será desenvolvida pela equipe do gerente em parceria com a área de Instalações, um trabalho desenvolvido ao longo de um ano.

THG IMPLANTA ECODAY TRANSAMÉRICA HOSPITALITY GROUP



Os diretores do THG Paulo Bertero e Heber Garrido
(foto: divulgação)

Alinhado às mais recentes tendências da hotelaria, o THG (Transamérica Hospitality Group) investiu em um projeto de sustentabilidade envolvendo todas suas unidades e lançou, na última semana, o EcoDay Transamérica Hospitality Group. 

A iniciativa tem como objetivo conscientizar e introduzir o tema Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental Empresarial na cultura da empresa.

Segundo Paulo Bertero, diretor do THG, toda a cadeia hierárquica dos empreendimentos serão envolvidos no projeto. 

“Desde a gerência até a base. A ideia é que as gerências influenciem seus colaboradores sobre a importância de aderirem a causa, repassando o aprendizado adquirido posteriormente aos funcionários de cada empreendimento administrado”, explicou.

As primeiras ações práticas, que marcaram o lançamento do EcoDay, foram realizadas no último final de semana. 

Na sexta-feira, os colaboradores participaram de palestras motivacionais e de engajamento sobre o tema Responsabilidade Socioambiental Empresarial. 

A diretoria e o Marketing também estiveram presentes, fazendo uma apresentação sobre a importância do posicionamento social e sustentável do grupo, como também o que já vem sendo realizado nas unidades da rede.

O sábado foi o dia de ações ao ar livre: os participantes fizeram uma caminhada de ação social no Parque da Água Branca, em São Paulo. 

O THG doou um quilo de alimento não perecível por cada colaborador presente na iniciativa. Os donativos foram entregues à Associação das Damas de Caridade de São Vicente de Carvalho.

Fonte:  www.hoteliernews.com.br
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Palestra ministrada no evento THG Eco Day - Sustentabilidade e Responsabilidade Social. (19/11) Lado esquerdo o Diretor do Transamérica Hospitality Group - Sr. Paulo Celso Bertero - Lado direito - Gilbert Simionato - Palestrante e Diretor da Empresa Verde Consultoria em Sustentabilidade.

Fonte: Flickr - Galeira de THG Eco Day

Energia Sustentável

Um grupo formado por alunas da Coppe e da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveu um estudo para reduzir, de forma sustentável, os gastos com energia elétrica dos moradores do Morro Santa Marta, em Botafogo, no Rio de Janeiro. 
 
O trabalho foi apresentado, dia 24 de outubro, no XIV Congresso Brasileiro de Energia. Promovido pela Coppe, o evento ocorre, de 23 a 26 de outubro, na Firjan.

O Morro Santa Marta, onde moram cerca de 4mil pessoas, em aproximadamente 1.200 residências, foi a primeira comunidade do Rio de Janeiro a receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). 
 
A implantação trouxe benefícios, como a formalização do fornecimento de energia. No entanto, isso gerou um custo adicional no orçamento, com a chegada da conta de luz. 
 
Considerando essa realidade, o estudo conclui ser possível reduzir custos de energia, incluindo o uso de fontes limpas, e melhorar a qualidade de vida dos moradores.

O estudo foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, que reúne quatro alunas de graduação e pós-graduação da UFRJ. 
 
São elas: Victória Santos, mestranda do Programa de Planejamento Energético da Coppe, Beatriz Watanabe, doutoranda do Programa de Engenharia de Produção da Coppe, Ana Carolina Deveza, aluna do curso de Engenharia Ambiental, e Ana Laura Moreira de Souza, aluna do curso de Engenharia Civil, ambas da Escola Politécnica da UFRJ.

Com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o estudo levou em conta a previsão de crescimento da população e do consumo de energia até 2030, partindo da premissa de que as ações sejam implantadas a partir de 2013.

Sob orientação do professor André Lucena, do Programa de Planejamento Energético da Coppe, o estudo contempla um conjunto de medidas para redução do gasto de energia, entre elas a coleta e a seleção do lixo, a implantação de coletores solares para aquecimento da água do banho, a instalação de sistemas fotovoltaicos para geração de energia solar e a construção de telhados verdes.

A sugestão dos alunos é vender o lixo reciclável e usar o lixo orgânico para gerar biogás por meio de biodigestores. 
 
“A adoção do biodigestor resultaria em uma economia no consumo de energia da ordem de 43 MWh ao ano até 2030”, afirma Victória.

Segundo o professor da Coppe, projetos como esse poderiam resultar em uma série de vantagens para as comunidades. 
 
“Eles propiciam benefícios diretos, como a redução das contas de luz, e ganhos adicionais, como a implantação da coleta seletiva de lixo.
 
Com a pacificação de outras comunidades, esse projeto poderia funcionar como uma espécie de piloto para ser replicado em novas áreas. 
 
Mas tudo depende, é claro, de financiamento para implantação”,ressalta André Lucena.

O estudo, cujo título é Waste management and energy supply in Rio’s favelas: the integration of different approaches, foi apresentado pela primeira vez no evento Students for Sustainability (Estudantes para a Sustentabilidade), promovido em junho deste ano pela Siemens, em parceria com o Pnuma e a Coppe/UFRJ, naprogramação paralela da Rio+20.

(Fonte: Planeta Coppe)
 

Construção civil da região sul ganha ITA no LACTEC

Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento está prestes a obter certificação para funcionar como uma Instituição Técnica Avaliadora
Por: Altair Santos

O Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (LACTEC) está em vias de se tornar a primeira Instituição Técnica Avaliadora (ITA) do Sul do Brasil. Reivindicada há tempos por organismos ligados à construção civil da região, a criação de uma ITA permitirá que materiais e processos construtivos cheguem ao mercado com um comprovado controle de qualidade.

Ney Augusto Nascimento, do LACTEC: uma ITA agrega mais qualidade às construções habitacionais.

Atualmente existem apenas sete instituições habilitadas no Brasil, nenhuma delas no Sul. 

O desejo do Ministério das Cidades, de expandir as ITAs, está relacionado à entrada em vigor, em março de 2013, da norma de desempenho NBR 15575, que vai passar a nortear e exigir mais demanda por serviços prestados pelas Instituições Técnicas Avaliadoras.

Na entrevista a seguir, o diretor de desenvolvimento tecnológico do LACTEC (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento) Ney Augusto Nascimento explica como está o processo de certificação e quais são as atribuições de uma Instituição Técnica Avaliadora dentro da cadeia produtiva da construção civil. Confira:

O Lactec pode se tornar a primeira Instituição Técnica Avaliadora (ITA) da construção civil na região Sul. O que isto significa para o Instituto?
O Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (LACTEC) sempre teve um viés inovador. Desde o seu módulo inicial, o CEHPAR (Centro de Hidráulica e Hidrologia Professor Parigot de Souza), que desenvolve até hoje modelos hidráulicos reduzidos para grandes obras de engenharia, primou pelo pioneirismo, pela audácia e pela pesquisa. 

Assim, neste novo desafio que o governo, as instituições de classe ligadas à engenharia civil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a sociedade em geral apresentam, o LACTEC não poderia ficar alheio e decidiu como parte do seu planejamento estratégico, abraçar mais esta causa. 

Trata-se na realidade de uma complementação de atividades que o Instituto já realiza na área da construção civil, bastante ampliada para incluir os vários aspectos do desempenho de materiais e métodos construtivos. 

A formalização de uma ITA-LACTEC representa para a região Sul do Brasil um passo fundamental para que se certifiquem os produtos e o modo de aplicá-los em edificações, visando o melhor desempenho possível, especialmente nas habitações de interesse social.

O que uma ITA faz e quais setores ela abrange da construção civil?
A ITA tem por objetivo testar e certificar produtos e processos da construção civil sob os aspectos resistência mecânica, durabilidade, estanqueidade à água, térmico, acústico e de reação e resistência ao fogo. 

De todos esses itens, a questão da resistência é provavelmente a mais conhecida e realizada Brasil afora. As demais são de limitada realização, em especial em respeito ao fogo, que praticamente não se faz no Brasil. 

O escopo de uma ITA deve ser geral, podendo, porém, haver complementações entre diferentes instituições avaliadoras, em especial nesta fase de início de aplicação da norma brasileira de desempenho de edificações.

Sede do Lactec, em Curitiba/PR: novos investimentos 
em laboratórios voltados à pesquisa na construção civil.

O LACTEC está aperfeiçoando seus laboratórios ou chegou a criar um laboratório exclusivo para reivindicar a condição de ITA?
O LACTEC está ampliando as suas atuais instalações voltadas à construção civil para se tornar uma ITA. No momento, o Instituto realiza grande parte dos ensaios de resistência mecânica e de durabilidade exigidos. 

Há, porém, necessidade de ampliação, tanto de espaços físicos, quanto de equipamentos, novos e complementares aos existentes, assim como da contratação e treinamento de pessoal. A questão do fogo é bastante específica, pois exige grandes investimentos e apoio de equipe especializada neste tema. 

O Lactec está em fase de planejamento de novos investimentos para tal e provavelmente um novo conjunto de laboratórios será criado para funcionar como ITA.

Quando deve sair a habilitação e quem autoriza o Lactec a se tornar uma ITA?
O pedido para que o LACTEC seja também uma ITA foi protocolado no Ministério das Cidades, no âmbito do Sistema Nacional de Avaliações Técnicas – SINAT. 

Mesmo sem ter o escopo completo de ITA, o Instituto pode funcionar como tal, limitando as suas ações enquanto cresce, e mesmo apoiando-se em atividades complementares que outras instituições executem, como por exemplo o SENAI-PR, parceiro de atuação. 

Há expectativa de que a ITA- LACTEC seja formalizada ainda em 2012, segundo informações do próprio Ministério das Cidades.

Na prática, o que uma certificação como essa vai influenciar nas construções do Sul do país?
Inicialmente, deve ser esclarecido que haverá uma instalação de ITA no LACTEC, após a devida aprovação. 

Posteriormente, avançaremos para o aspecto certificação, que envolve a participação do Inmetro nos diversos ensaios que a ITA realizará. Com os diversos procedimentos normalizados em curso na ITA, a qualidade de materiais e processos construtivos lá testados será validada. 

A partir de critérios de desempenho pré-estabelecidos, será possível dizer se tal material ou processo, sob condição de fogo, barulho, calor, intemperismo, carregamento e água apresenta comportamento que pode ser aceito nas edificações residenciais. 

Isto certamente melhorará a qualidade geral das construções, não somente no Sul, mas em todo o país. Saliente-se ainda que órgãos financiadores da construção habitacional, como a Caixa Econômica Federal, exigirão as certificações das empreiteiras a serem contratadas, via uma ITA.

Uma ITA atende mais construções habitacionais ou influencia também em obras de infraestrutura?
A norma brasileira que basicamente norteia as ações de uma ITA é a de desempenho de edifícios habitacionais até cinco pavimentos, NBR 15575-ABNT, prevista para entrar em vigência em março de 2013. 

Apesar de se referir a habitações de até cinco pavimentos, existe a expectativa do mercado de que a sua atuação se generalize a todas as edificações. 

A questão da qualidade na construção civil deverá se espalhar a qualquer tipo de obra num futuro breve, generalizando assim os conceitos ora restritos ao caso habitacional.

No caso das Companhias habitacionais, como a Cohapar, o LACTEC, a partir da habilitação ITA, pode dar que tipo de contribuição para que as construções habitacionais de interesse social melhorem?
Mediante os ensaios e posteriores certificações de materiais e processos construtivos, as empreiteiras da construção civil terão mais segurança na utilização desses materiais e processos nas suas obras, inclusive de conjuntos de habitações de interesse social. 

Sabe-se que há muitos casos em que a qualidade do produto final é muito aquém da desejada. 

Com a certificação via ITA haverá uma seleção de esquadrias, telhas, paredes, pisos, portas corta-fogo, revestimentos, juntas, forros e tantos outros itens de uma residência, por exemplo, oferecendo uma opção de produtos testados e certificados aos clientes, e como consequência um melhor desempenho da habitação.

Qual a influência da NBR 15575 (norma de desempenho) na certificação ITA para o LACTEC?
A norma de desempenho é a base para uma ITA. Há uma grande quantidade de normas adicionais, para as mais diversas atividades, materiais e funções, mas o desempenho de uma edificação representa a junção de muitos e diversos materiais, agregados através de um processo construtivo, e que devem ter um comportamento adequado. 

Isto significa qualidade de morar, qualidade de vida. 

O cumprimento desses requisitos normalizados, portanto, deverá garantir esta qualidade superior de desempenho da habitação para os seus moradores.

Os sistemas construtivos industrializados tendem a ganhar impulso no Sul do país, a partir dessa habilitação ITA?
Estima-se que sim. Uma das maneiras de se melhorar a qualidade de produtos e processos é através da industrialização. 

Acrescente-se também a questão de custo para o cliente final – o déficit habitacional no Brasil é da ordem de milhões de moradias, e se não se industrializar soluções, barateando-as, não haverá como diminuí-lo ou eventualmente zerá-lo. 

Sistemas de construção industrializada inovadores, rápidos, mais baratos e de boa qualidade, certificados via ITA, deverão ser a solução para este grande problema nacional. 

Levando-se em conta o fator escala, produzindo milhares de peças em lugar de centenas, ou mesmo milhões em lugar de milhares, haverá como resolvê-lo.

Com relação à qualificação da mão de obra na construção civil, o que uma habitação dessa deve mudar?
A resposta é a construção industrializada, que venha pronta da fábrica para ser montada no local da obra, certificada. 

Muda basicamente o conceito, ou seja, interrompe-se o artesanato na construção civil, com mão de obra pouco qualificada e sistemas pouco produtivos e implementa-se a produção em massa, com controle de qualidade, mão de obra especializada, certificação e preços mais baixos. 

E este artesanato morre? 
Provavelmente não, porém terá que ser revisto, melhorado e otimizado. E a certificação de produtos e processos não poderá mais ser deixada de lado.

Entrevistado
Ney Augusto Nascimento, diretor de desenvolvimento tecnológico do LACTEC (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento)
Currículo
- Graduado em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (1972), com mestrado em Engenharia Civil Geotecnia – The University of New México, EUA (1975) e doutorado em Engenharia Civil – The University of New Mexico (1983)
- É professor titular aposentado da Universidade Federal do Paraná – departamento de construção civil do setor de tecnologia
- Tem experiência na área de engenharia civil, com ênfase em fundações e escavações, atuando principalmente nos seguintes temas: taludes, fundações, reforço de solos, ensaios geotécnicos laboratoriais, ensino de engenharia
- Entrou no LACTEC como representante da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e atualmente ocupa o cargo de diretor de desenvolvimento tecnológico do LACTEC


Créditos foto: Divulgação
Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330

Pré-fabricado faz arenas da Copa virarem realidade

A menos de 600 dias do mundial, sistema construtivo impulsiona obras, que começam a ser inauguradas a partir de dezembro de 2012
Por: Altair Santos

Ainda que as obras de mobilidade prometidas para a Copa do Mundo estejam em ritmo lento, com a possibilidade de que algumas sequer saiam do papel ou sejam concluídas apenas após o megaevento de 2014, os estádios construídos para o torneio vivem uma outra realidade. 

Até o final da primeira quinzena de outubro de 2012, sete deles já haviam rompido a barreira dos 50% de obras concluídas. A previsão é que os primeiros empreendimentos fiquem prontos até o final deste ano. São os casos do Castelão, em Fortaleza/CE, e do Mineirão, em Belo Horizonte/MG.

Com a Copa do Mundo a menos de 600 dias do seu início, os estádios ganham ritmo acelerado graças a sistemas construtivos impulsionados pelos pré-moldados. 

No caso do Castelão e do Mineirão, o emprego de peças de concreto não chega a ser tão volumoso, por tratarem-se de estruturas em reforma. 

Mesmo assim, eles necessitaram de peças de concreto na ordem de 36% do total da obra – no caso do estádio de Fortaleza – e de 41% no de Belo Horizonte. 

O Castelão empregou 1.118 peças pré-fabricadas, enquanto no Mineirão a chamada esplanada, construída no entorno do estádio, é que tem exigido mais pré-moldados.

No local está instalada uma central de concreto que produz 350 m³/dia, fornecendo material para uma central de pré-moldado concebida para produzir 12 pilares por dia. 

 Para a estrutura pré-moldada da esplanada, foram empregados 530 pilares, 556 vigas e 3.815 lajes pré-moldadas. 

Outra obra que se beneficiou das estruturas pré-fabricadas foi o Estádio Nacional de Brasília. Para a construção no anel superior, foram empregadas 1.604 peças de concreto. 

Já na Arena Fonte Nova, em Salvador/BA, foram instalados 500 pilares, duas mil vigas, sete mil lajes alveolares, 450 vigas-jacaré e 1.500 peças para as arquibancadas. 

Os pré-moldados consumiram 20 mil m³ de concreto.

Nenhum dos 12 estádios, porém, tem usado tantas estruturas pré-moldadas quanto a Arena São Paulo/SP. São 16 mil peças, entre pilares, vigas, lajes e degraus. 

A quantidade de elementos de concreto empregados é mais que o dobro do que vai precisar a Arena Pantanal, em Cuiabá/MT. 

Serão 7.107 estruturas, entre lajes, vigas, pilares (70%), vigas-jacaré e arquibancadas. 

Já as arenas de Pernambuco, Manaus/AM e Natal/RN preveem a instalação de 4 mil, 2,5 mil e 1,7 mil peças de concreto pré-moldado. 

No Maracanã, que a exemplo dos estádios de Fortaleza e Belo Horizonte é um estrutura em reforma, foram empregados 3 mil elementos.

No Beira-Rio, em Porto Alegre/RS, que é outro estádio em reforma, o volume de pré-fabricados equivale a 4 mil m³, enquanto na Arena da Baixada estima-se a utilização de pelo menos 1,5 mil peças pré-moldadas. 

Assim como o estádio gaúcho, o da capital paranaense também está em reforma.

Arena São Paulo: 51,38% das obras concluídas.

Beira-Rio: 40% das obras concluídas.

Arena das Dunas: 38,5% das obras concluídas.

Maracanã: 70% das obras concluídas.

Arena da Baixada: 46% das obras concluídas.


Rumo à Copa do Mundo no Brasil: PNUMA avalia desempenho verde da África do Sul na Copa do Mundo da FIFA

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente lança, em Brasília, avaliação de desempenho ambiental da Copa do Mundo de 2010 e faz recomendações ao Brasil e à FIFA para os próximos megaeventos esportivos



Ao passo que o Brasil se prepara para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) lançou, nesta terça-feira, um relatório sobre o desempenho ambiental da Copa do Mundo da África do Sul, que destaca os casos de sucessos e as lições que devem ser aprendidas para garantir a sustentabilidade dos eventos esportivos no Brasil.

A avaliação independente mostrou que a pegada de carbono da Copa do Mundo de 2010 foi muito menor do que o previsto, devido ao número de visitantes (que foi menor do que o esperado), aos esquemas de carona e às alternativaseficientes de estadia; o que cortou o uso de energia em 30%. O uso detecnologia solar e de outras formas de energia renovável ​​também contribuiu para o resultado.

A pegada de carbono foi de 1.65 milhões de toneladas de CO2eq., que pode ser comparada à projeção de 2.64 milhões de toneladas.

O PNUMA trabalhou com o governo Sul-Africano no projeto Gol Verde 2010(Green Goal 2010) para promover iniciativas como o corte da pegada de carbono,redução do uso de água, menor produção de resíduos e conservação da biodiversidade. Tais iniciativas devem ser levadas para o próximo nível no Brasil, com o objetivo de criar eventos cada vez mais verdes.

Ao mesmo tempo em que esse estudo, financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), identifica muitas iniciativas bem sucedidas, ele também mostra uma certa falta de foco ao se tratar de considerações ambientais na fase de planejamento da Copa do Mundo, sendo um dos motivos para esse potencial não ter sido explorado ao máximo.

"O relatório aponta muitas iniciativas exemplares, mas talvez a descoberta maisimportante é que a África do Sul poderia ter obtido conquistas maiores se as medidas de sustentabilidade tivessem sido pensadas mais cedo e não no último momento", disse o Subsecretário Geral e Diretor Executivo do PNUMA, Achim Steiner. "Assim, o estudo mostra que a realização do pleno potencial de esverdeamento desses torneios se torna mais possível se a sustentabilidade é levada em conta desde o início, durante o planejamento, elaboração do projeto e construção".

Apesar de algumas dificuldades na compilação de dados suficientes para avaliar completamente o desempenho verde do torneio, o relatório destacou muitos exemplos concretos de sucesso, incluindo os seguintes:

O estádio Moses Mabhida, em Durban, incorporou iluminação inteligente em eficiência energética como parte do seu Sistema de Gestão de Edifícios para reduzir o uso de energia em 30 por cento, enquanto o Estádio Green Point, na Cidade do Cabo, utilizou também sistemas de ventilação natural para reduzir o consumo de energia.

A Cidade do Cabo aperfeiçoou a iluminação das ruas com lâmpadas de baixo consumo e semáforos de LED para cortar o seu perfil de emissões.

Durban compensou a sua pegada de carbono com sequestro de carbono — com o plantio de 104 mil árvores — e implementou outras medidas previamente planejadas, tais como energia de hidrelétricas e sistemas de biogás.

Foram construídos 94 quilômetros de rede de Bus Rapid Transit (BRT) em Joanesburgo, além de outras redes semelhantes, ciclovias, sistemas de transporte coletivo e passarelas na baía Nelson Mandela, Nelspruit, Polokwane, Rustemburgo e Bloemfontein. Todas essas medidas contribuíram para reduzir a pegada de carbono do evento.

O estádio Moses Mabhida -- que usou medição de água e aproveitamento de águas pluviais em uma instalação de armazenamento subterrâneo a 700m2 -- reduziu o consumo de água potável em 74 por cento, enquanto o Estádio Green Point atingiu sua meta com um corte de 10 por cento.

Sistemas de despejo de lixo foram usados ​​na maioria das áreas de maior público, que em Durban levaram à reciclagem de quase 200 toneladas de resíduos gerados durante as partidas -- batendo a meta verde de Durban em 4 por cento.

95 por cento dos resíduos de demolição do antigo estádio foram recuperados e reutilizados na construção do Estádio Green Point, na Cidade do Cabo. Em Moses Mabhida, 400 toneladas de aço e 400 toneladas de tijolos, mastros, reatores, solo arável e assentos foram resgatados para uso no novo estádio e em outros projetos.

O torneio apoiou o Ano Internacional da Biodiversidade, com um parque criado na Cidade do Cabo e um programa ecológico, incluindo a remoção de espécies exóticas da vegetação e a reabilitação das zonas úmidas em Nelspruit. Programas de conscientização foram realizados em escolas de Joanesburgo.

Além disso, o PNUMA uniu-se à PUMA e às estrelas do time de futebol dos Camarões, incluindo Samuel EtoO, para o lançamento da campanha “Jogo pela Vida” (Play for Life) pela biodiversidade da África.

Com base em suas descobertas, o relatório chegou a importantes conclusõespara a África do Sul que poderiam ajudar a garantir um legado ambientalduradouro nas Copas do Mundo futuras, incluindo:

Os principais casos de sucesso foram em eficiência energética, energia renovável e transporte público, os quais devem ser repetidos.

Os projetos-piloto de energia renovável ​​devem ser implementados o mais rápido possível, junto com a plena implementação de uma política nacional de energia, para ajudar a orientar a África do Sul a um novo caminho que diminua a sua dependência do carvão.

O sistema de transporte foi melhorado e é considerado um dos principaislegados do evento, embora esforços sejam necessários para expandir a rede, garantir veículos adequados para rodovias e melhorar a eficiênciados transportes públicos.

Mesmo com esforços significantes para minimizar a produção de resíduos, nem todas as cidades-sede e estádios foram capazes de implementar programas adequados de separação de resíduos e não fecharam contratos com empresas para fazer reciclagem ao invés de despejar o lixo em aterros. Uma política coerente e abrangente teria evitado problemas, e a implementação de tal política poderia significar um outro legado vital.

Cidades-sede e estádios mostraram iniciativas positivas para a conservação da água, provando o grande valor da medição da água e da necessidade de expansão de tais sistemas.

De olho em projetos esportivos futuros, o PNUMA assinou um acordo com o governo brasileiro para ajudar a tornar verdes os dois grandes eventos esportivosque o Brasil sediará nos próximos quatro anos, continuando o trabalho que o PNUMA tem feito em Jogos Olímpicos desde 2004.

O relatório também fez uma série de recomendações para melhorar o aspecto ambiental dos futuros eventos esportivos de grande porte, como a Copa doMundo de 2014 no Brasil. Algumas das principais conclusões e recomendaçõessão:

Devido ao fato de a omissão de considerações ambientais ser uma das 17garantias da FIFA para sediar a Copa do Mundo FIFA™, o esforço investidoem gestão ambiental não é suficiente. Essa questão merece séria consideração por parte da FIFA.

Diretrizes ambientais, inclusive para as cidades-sede, devem ser claras elegalmente vinculantes. Práticas específicas devem ser inegociáveis, mensuráveis ​​e ter o respaldo da lei.

A FIFA deve considerar compensar sua própria pegada de carbono eincentivar seus parceiros a fazer o mesmo.

É essencial um compromisso por escrito e publicamente declarado portodas as partes interessadas na ecologização do evento.

Oportunidades de financiamento de iniciativas ambientais devem ser exploradas mais cedo para evitar situações em que os programasplanejados não foram implementados devido à falta de fundos; o comitê organizador deve alocar mais recursos para iniciativas ecológicas.

Geração de dados ambientais é importante para a avaliação. A ausência de dados ambientais da Copa da África do Sul tornou difícil avaliar o impacto de suas iniciativas.

O relatório também fornece um modelo de uma lista de controle de desempenho ambiental em eventos de grande número de espectadores, que serviria como uma ferramenta simples para a integração de questões de sustentabilidade.

O relatório foi apresentado em Brasília, no dia em que oficiais do PNUMA se reuniram com representantes do governo brasileiro, da FIFA e do Comitê Olímpico para buscar medidas concretas para tornar verdes os dois grandes eventos esportivos.

Sobre o trabalho do PNUMA em Esportes:

O papel do PNUMA de prover consultoria ao mundo esportivo se iniciou quandoassinou um acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1994. Além da África do Sul 2010, o PNUMA forneceu consultoria para Atenas 2004, Turim 2006,Pequim 2008 e Vancouver 2010. 

A organização também forneceu dezenas derecomendações para o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Inverno Sóchi 2014 para a integração de considerações ambientais na preparação e realização dos Jogos.

Nota aos Editores:

O download do relatório pode ser feito pelo link:


Contato para a imprensa:

Shereen Zorba
Centro de Notícias do PNUMA
Tel:+254 788 526 000

Amanda Talamonte
PNUMA Brasil
Tel:+55 61 3038 9237

Centro de Notícias do PNUMA (Nairobi)
Tel: +254 20 762 3088


World leaders honoring the work of Wangari Maathai

O que é REDD + Brasil

O conceito de Redução de Emissões por Desamatamento e Degradação Florestal (Redd) surgiu na Convenção Quadro das Nações Unidas (UNFCCC) realizada em 2003. 

Na época, um grupo de instituições não-governamentais brasileiras propôs um mecanismo de redução compensada das emissões de carbono na atmosfera.

Mais tarde, em 2005, um grupo de países – dentre os quais Costa Rica e Papua Nova Guiné – propuseram a criação de um mecanismo de mitigação baseado na Redução de Emissões por Desmatamento (Red). 


Mapa abrangência

Com o amadurecimento dos debates, surgiu a necessidade de incluir a degradação florestal e, posteriormente, abranger países que detêm estoques florestais e não apenas os que possuem florestas sob determinado grau de ameaça. Com isso a sigla evoluiu para Redd.

No ano de 2007, durante a 13ª Conferência das Partes da UNFCCC (COP-13), em Bali, foi adotado o Plano de Ação de Bali, que determinou Redd como uma das potenciais ações de mitigação de mudanças climáticas. 

Foi adotada decisão que estimula os países a reduzir emissões por desmatamento e degradação, assim como a promover investimentos em construção de capacidades, transferência de tecnologia, identificação de opções e apoio a atividades demonstrativas. 

Ficou acertado que as premissas fariam parte de um novo acordo internacional, o qual deveria ser concluído na 15ª Conferência das Partes (COP-15), em Copenhague.

Foi também durante a COP-13 que o conceito inicial foi ampliado pela segunda vez, e passou a ser conhecido como Redd+. 

Isso significa que, além das reduções por desmatamento e degradação, ele passou a abranger a tarefa da conservação florestal, do manejo sustentável e do aumento dos estoques de carbono. 

O compromisso foi registrado no Plano de Ação de Bali.

Mitigação - A redução da emissão de gases de efeito estufa, por meio das medidas previstas no conceito Redd+ pretende ser uma alternativa viável para mitigar os impactos das mudanças climáticas. 

Além disso, traz em seu bojo benefícios adicionais, pois a redução do desmatamento e degradação e a conservação dos estoques de carbono contribuem para a conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos e para a melhoria das condições de vida das populações tradicionais.

Ao longo do tempo em que não houve definição concreta sobre o futuro mecanismo de Redd+, muitas iniciativas, programas e projetos por parte de governos, ONGs e pessoas físicas ou jurídicas surgiram aleatoriamente em todo o mundo, de forma voluntária e em diversos casos desvinculada das negociações internacionais. 

No Brasil e em outros países, ainda não existe regulamentação específica para esse tipo de ação. Todas as iniciativas estão passando por processos de discussão e definição dos marcos regulatórios.

Na 16ª Conferência das Partes (COP-16), realizada em Cancun, México, em 2010, o conceito Redd+ bem como suas diretrizes, salvaguardas e principais regras foram aprovados no âmbito do Acordo de Cancun. 

Redd+ é uma estratégia de mitigação da mudança do clima pelos países em desenvolvimento, de caráter voluntário, e contará com o apoio técnico e financeiro dos países desenvolvidos.

Mais informações: