Relatórios de sustentabilidade ganharão mais espaço e importância no meio corporativo, diz KPMG

Foco constante em empresas de grande porte e estatais, embora as empresas de pequeno e médio portes estejam cada vez mais publicando relatórios de forma voluntária

Pesquisa revela o aumento no número de países com políticas sobre a elaboração de relatórios de sustentabilidade 
Pesquisa revela o aumento no número de países com políticas sobre a elaboração de relatórios de sustentabilidade

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Pesquisa revela o aumento no número de países com políticas sobre a elaboração de relatórios de sustentabilidade 
   
À medida que aumentam as preocupações sobre as mudanças climáticas, os desafios ligados ao desenvolvimento sustentável e a desconfiança em relação ao mercado de capitais, cresce também a pressão sobre as organizações por maior transparência, aumentando a importância dos relatórios de sustentabilidade nas empresas. 

Essa é uma das conclusões da 3ª edição do estudo “Carrots and Sticks”, realizado pela KPMG e que apresenta um panorama sobre o cenário regulatório em torno dos relatórios de sustentabilidade.

O relatório traz, dentre outras informações, alterações e mudanças em normas governamentais, iniciativas no mercado de capitais, além de identificar 180 medidas de caráter voluntário ou mandatório para a adequação de 45 países/regiões que desejam divulgar seu desempenho organizacional.

“Diante do cenário apresentado, é possível afirmar que a tendência é que mais governos emitam políticas sobre a elaboração de relatórios de sustentabilidade. Enquanto as organizações que publicam esse tipo de relatório expressam suas preocupações em relação às diversas estruturas conceituais que elas podem utilizar ou às quais elas precisam obedecer, surgirá uma demanda cada vez maior pelo alinhamento e pela harmonização de tais estruturas”, comenta Ricardo Zibas,  diretor da área de Sustentabilidade da KPMG no Brasil.


Principais tendências detectadas

O levantamento identificou diversas tendências no universo dos relatórios de sustentabilidade, dentre elas:

• Aumento no número de países com políticas sobre a elaboração de relatórios de sustentabilidade;

• Foco constante em empresas de grande porte e estatais, embora as empresas de pequeno e médio portes estejam cada vez mais publicando relatórios de forma voluntária;

• O relatório de sustentabilidade tornou-se uma das exigências de lançamento de ações em diversas bolsas de valores em países não membros da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

“As recomendações para o uso da estrutura de GRI (Global Reporting Initiative) continuam a aumentar, e paralelamente estão surgindo diversas novas iniciativas e ferramentas de elaboração de relatório”, destaca Zibas.


Possíveis cenários futuros

Dentre outras previsões de mercado, a análise das certificações da política e regulamentação dos índices de sustentabilidade permite prever como as empresas reagirão ao elaborar e divulgar seus relatórios futuramente.

Um número maior de países desenvolverá políticas para a elaboração de relatórios de sustentabilidade, que deverão focar mais as informações que realmente importam para elas e para as suas partes interessadas (como dados sobre suas cadeias de suprimento e de valor, por exemplo).

Nos países em desenvolvimento as práticas e políticas de sustentabilidade aumentarão, uma vez que esses países estão entendendo cada vez mais o valor agregado da transparência e da sustentabilidade corporativas. Por sua vez, as grandes economias irão desenvolver suas próprias estruturas conceituais, o que não as impedirão de vincularem-se a outras estruturas internacionais já formalizadas.

“O resultado junto ao mercado é positivo, considerando a importância de se criarem condições de igualdade para as empresas operarem, bem como o progresso que tais medidas tendem a gerar – tanto em termos de transparência, quanto à excelência no desempenho propriamente dito”, analisa Zibas.

Brasil lança campanha de alimentos orgânicos para a Copa

Os ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do Desenvolvimento Agrário lançaram a “Campanha Brasil Orgânico e Sustentável”, que está inserida na agenda de meio ambiente e sustentabilidade do governo federal para a Copa do Mundo de 2014. 

A portaria que prevê a medida foi publicada na última quinta-feira (16) no Diário Oficial da União.
Imagem | D. Thorpe Imagem | D. Thorpe


Os objetivos da campanha são incentivar o consumo de produtos orgânicos, aumentar o nível de conhecimento da população para a alimentação saudável, além de ampliar e diversificar os canais de comercialização de produtos sustentáveis. 
A ideia é desenvolver uma cadeia produtiva mais estruturada e estimular uma demanda diferenciada, promovendo geração de emprego e renda e proteção do meio ambiente.

A campanha busca incentivar a comercialização e o consumo de produtos orgânicos e da agricultura familiar nas 12 cidades-sede da Copa por meio do aumento de oportunidades para que cooperativas divulguem e vendam seus produtos no megaevento.

“Depois de fazermos um grande trabalho na Rio+20 juntando os aspectos econômico, social e ambiental, queremos repetir isso na Copa, que é a ocasião para discutir o consumo sustentável. 

Queremos incentivar o consumo dos produtos orgânicos e fortalecer nossas cadeias agroecológicas. 

A Copa é a oportunidade para avançar a agenda da sustentabilidade”, disse a ministra Tereza Campello. 

* Via CicloVivo

Arquiteta constrói casa sustentável de 18 metros quadrados com R$ 28 mil

Modelo foi construído após arquiteta passar por aperto financeiro

A arquiteta norte-americana Macy Miller vivia talvez os dias mais complicados de sua vida. Divorciada, desempregada e prestes a perder a casa que morava em um processo de hipoteca, ela resolveu construir o seu próprio espaço em Idaho, nos Estados Unidos. Como última cartada, a profissional planejou a construção de uma casa para si a partir de uma plataforma móvel de sete metros de comprimento e dois metros e meio de largura.
A Tiny House (pequena casa) de Miller tem 18 metros quadrados, é aconchegante e eficiente, apesar de ser bem apertadinha. A construção, que levou cerca de um ano e meio para ficar pronta - ela só teve a ajuda do namorado e do pai - conta com iluminação, área de cozinha e um banheiro funcional. O design inteligente inclui janelas novas, inteiramente doadas, bem como painéis de madeira reciclada em toda a fachada.
"Optei por usar prateleiras abertas na cozinha para dar a sensação de que a casa é maior, aproveitando melhor os espaços", afirmou Miller ao Daily Mail.
Construída sobre uma antiga carreta, a casa também tem sistema de compostagem e, segundo sua proprietária, ficará cada vez mais eco-friendly com o passar do tempo. Mesmo não tendo sido feita com tantos materiais recicláveis, a casa aproveita bem o espaço e poupa energia com a iluminação.
Confira as fotos da casa de Macy abaixo:
Fonte: EcoD

Roupas inteligentes finalmente prontas para o mercado

roupa-eletronica-esportes.jpg - 15/01/2014
Camisa e tênis inteligentes monitoram atividade esportiva
Os sinais fisiológicos podem ser vistos em um smartphone, tablet ou PC. [Imagem: Fraunhofer IIS]Camisa inteligente para esportistas
As roupas inteligentes - tecidos e vestimentas incorporando circuitos eletrônicos - passaram um longo tempo na fase de protótipos.
Mas já está tudo pronto para que elas cheguem às lojas no Instituto de Circuitos Integrados em Erlangen, na Alemanha.
A camisa esportiva inteligente deverá estar disponível ao público no decorrer de 2014, já que um investidor já está cuidando da comercialização.
A camisa eletrônica mede continuamente sinais fisiológicos, como respiração, pulsação e alterações no ritmo cardíaco - métricas usadas na avaliação de adaptabilidade ao esporte e carga de estresse.
Fibras condutoras integradas ao tecido da camisa capturam a atividade cardíaca do usuário, enquanto um elástico em volta da parte superior do corpo detecta o movimento do tórax durante a respiração.
Uma unidade eletrônica removível presa com grampos digitaliza os dados brutos e calcula parâmetros adicionais, como taxas de pulsação e respiração.
Os dados são transmitidos por conexão sem fios a um smartphone ou computador, onde são avaliados e podem ser armazenados. O software analisa funções vitais durante a prática do esporte, como estresse, desempenho, esforço ou relaxamento.
Camisa e tênis inteligentes monitoram atividade esportiva
Corredores poderão evitar lesões em ligamentos ou músculos graças ao tênis de corrida "médico". [Imagem: Fraunhofer IPMS]
Dr. Tênis
Uma camisa inteligente, contudo, não tem bola de cristal para saber o que está acontecendo nos pés.
E, se correr é o esporte mais popular, apesar de seus inúmeros efeitos positivos, a corrida é também um esporte com muitos efeitos colaterais indesejáveis.
Corredores correm riscos de torção ou ferir uma articulação do tornozelo, especialmente em terreno irregular ou quando muito cansados. Sem um aquecimento adequado, quem sofre são os joelhos e músculos.
Para minimizar esses danos, seis parceiros estão desenvolvendo um tênis de corrida inteligente no Projeto RUNSAFER, financiado pela União Europeia.
Sensores e circuitos eletrônicos integrados na sola do tênis medem os dados biomecânicos do atleta e avaliam a forma do corredor com a ajuda de medições em tempo real.
"Relógios de pulso ou fitas toráxicas detectam apenas sinais vitais como a respiração e a frequência cardíaca. Em contraste, nosso tênis de corrida avalia e monitora o treinamento de 'forma médica'. Ele informa ao corredor, por exemplo, sobre posição incorreta do pé, carga assimétrica e alerta sobre exaustão ou sobrecarga. Nunca existiu um dispositivo comparável a este," garante o Dr. Andreas Heinig, coordenador do grupo.

5 movimentos que vão impactar como consumimos

Trendwatching apresenta relatório com tendências que vão impactar os consumidores latino americanos. Consumo cidadão e proteção da tecnologia estão entre eles

Por Bruno Garcia, do Mundo do Marketing
bruno.garcia@mundodomarketing.com.br
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O consumidor latino americano dará maior valor a produtos e serviços que lhe economizem tempo e que ajudem na construção do conhecimento. O consumo associado a projetos cívicos e de cunho social também estará em destaque, bem como ofertas que auxiliem as pessoas a “se protegerem” do excesso de tecnologia dos dias atuais. As tendências são apontadas em um relatório da Trendwatching com cinco movimentos que devem influenciar a maneira como as pessoas consomem e compreendem as marcas em 2014. 

O relatório “5 Crucial South & Central American Consumer Trends for 2014” indica ainda que o público estará mais aberto a propostas que apresentem a realidade, mesmo que ela seja desconfortável.

Todas as tendências apontadas são um reflexo direto de movimentos que tiveram início nos anos anteriores e se fortaleceram em 2013. O relatório da Trendwatching traz ainda casos de marcas que exemplificam na prática cada um dos cinco pontos abordados, como Easy Taxi, CNA, Burger King, BRMalls e Banco do Brasil.
Cada vez mais, o consumidor está devolvendo as demandas sociais para as empresas e não adiantará mais entregar um produto muito bom se o mundo a volta do cliente estiver cheio de problemas. “De que adianta ter um aumento de salário, por exemplo, se o mundo a sua volta piorou muito? Esta é uma percepção cada vez mais forte”, pondera Luciana Stein, Diretora para a América Latina da Trendwatching, em entrevista ao Mundo do Marketing. Entenda cada um dos pontos abordados no relatório:


Status Smart – O smart como símbolo de status não está relacionado a novas tecnologias que adotam o prefixo em suas nomenclaturas, como smartphones e smart tvs. O que será cada vez mais valorizado pelo consumidor é o conhecimento adquirido. 

“Esse movimento começou há 10 anos, quando tivemos o aumento no número de faculdades privadas e hoje temos um número 100% maior de brasileiros que frequentam um curso superior, por exemplo. Antes, estava ligado unicamente à educação formal, mas agora é um conceito bem mais amplo. Não é apenas a questão do diploma, mas há um interesse maior das pessoas por conhecimento, por saber e por ser mais inteligente”, avalia Luciana Stein.

O valor do conhecimento sobre algum tema está relacionado ao status que ele proporciona. Embora a população esteja estudando mais, a questão está ligada à familiaridade que o público tem com o conceito de conhecimento. “O consumidor se interessa em saber como as coisas funcionam e isso lhe traz certo prestígio. 
As marcas podem fomentar isso, atuando como escolas e criando ações nas quais se tornam instrumentos para ajudar o público nessa busca”, explica a executiva.
Em São Paulo, o Easy Taxi criou um projeto cultural onde os motoriscas instalam pequenas bibliotecas móveis dentro dos veículos, com títulos que ficam disponíveis para os passageiros. No Paraguai, o Burger King se uniu a uma editora para oferecer livros às crianças ao invés dos tradicionais brinquedos que acompanham os lanches. 
Outro exemplo é da rede de cursos CNA, que desde junho de 2013, passa a vender pacotes de 20 horas de aulas de inglês no varejo tradicional, como supermercados e farmácias.
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Civicsumers – Esta tendência engloba tanto aspectos de responsabilidade social e ambiental, como pontos ligados às pressões urbanas vividas nas grandes cidades. Em boa parte dos casos, o sentimento de civicsumers se traduz em consumidores que resolvem promover alguma iniciativa de cunho social, ganham notoriedade e são apoiados por grandes marcas. 


Isso significa também uma reversão na lógica tradicional: ao invés de pessoas seguindo as empresas, é o momento das companhias seguirem os consumidores, para entenderem que projetos estão sendo desenvolvidos, as demandas e o que pode ser trabalhado em conjunto.

Alguns exemplos são o app Fumaça Preta, distribuído gratuitamente para ajudar nas denúncias sobre veículos que estão poluindo o ambiente, e o movimento Imagina na Copa, criado em Recife. “Esse é um movimento muito interessante, pois do consumidor, sempre se esperou apenas que consumisse, mas hoje vai além: este cliente criou movimentos para falar, por exemplo, dos problemas da sua rua, do seu bairro ou das infrações urbanas. As marcas podem se aproximar desses projetos. O Imagina na Copa nasceu assim e hoje existem grandes companhias patrocinando este movimento”, explica Luciana Stein.
Bitter Truths - Essa tendência é uma acentuação da responsabilidade social. Cresce a percepção entre o consumidor de que não adianta ter uma vida melhor se todo o resto estiver muito ruim. Essa visão é cada vez mais forte e as pessoas passam a tolerar também campanhas mais duras e diretas. 
Os latino americanos estão mais receptivos a marcas que exponham a realidade, mesmo que essa não seja a mais agradável, o que impacta diretamente na maneira como produtos e serviços podem se posicionar. “Essas campanhas de verdades crueis tentam fazer com que o cliente crie empatia e se coloque no lugar de outros”, aponta a Diretora da Trendwatching.
A ONG Teto é citada no relatório com a sua ação Invisigram, que usou o Instagram para arrecadar donativos para comunidades pobres brasileiras. A iniciativa contou com o apoio de celebridades que emprestaram suas contas para moradores destas comunidades, para que estes postassem imagens da sua realidade. 
O BRMalls também aparece como case de sucesso com a sua loja vazia, instalada dentro de um dos shoppings da rede. O objetivo era preencher o ponto de venda com itens doados pelos consumidores. “Se hoje algumas empresas são sociais, no futuro, todas serão”, complementa Luciana Stein.
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Protective Tech – Com o excesso de tecnologia e recursos digitais absorvidos no cotidiano, o público estará mais atento a produtos e serviços que protejam contra a perda de privacidade. O projeto de reconhecimento biométrico nos terminais de autoatendimento do Banco do Brasil é citado como exemplo de serviço que ganhará destaque. Mas há também uma grande preocupação com a privacidade digital. “Aumentou a preocupação com o uso que as companhias fazem dos dados das pessoas. Certamente teremos mais empresas que usarão isso como diferencial daqui por diante. 

O consumidor, independente da sua classe social, está mais atento a estas questões e mais consciente”, avalia Luciana Stein.

Life on Demand – A tendência vida on demand citada no relatório da Trendwatching não diz respeito apenas a serviços digitais, mas a toda oferta que ajude os consumidores a poupar tempo. As marcas que conseguirem oferecer ao público soluções que permitam a ele escolher o melhor tempo e local de consumo serão as mais valorizadas daqui por diante. 
Poupar tempo sempre foi um desejo das pessoas desde a década de 1960, quando começou o processo de automatização do lar. “O que muda é a velocidade deste desejo, que está mais acelerado. A tecnologia eliminou o tempo de espera e com isso as pessoas já não admitem esperar nada. 
A vida tecnológica acelerou o tempo da vida física. Neste contexto, aguardar 30 segundos em um sinal de trânsito pode ser considerado um tempo muito grande”, argumenta a executiva.
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Aplicativos como o ReservaVagas, que permite ao visitante reservar uma vaga para o seu carro em um shopping de Guarulhos, São Paulo, antes mesmo de sair de casa, e a padaria Pão To Go, em formato de drive through, são exemplos de como esta tendência pode ser aplicada a diversos modelos de negócios. “Quando se fala no termo on demand, não estamos olhando para o lado científico da coisa. 

Como consumidores e como produtores, cada vez mais criamos e consumimos conteúdo para todos os espaços das nossas vidas. Não esperamos mais nada. E isso se relaciona com a questão da conveniência. 

Hoje a decisão de compra substitui a questão da qualidade, pois entende-se que a qualidade já faz parte da formatação básica do produto ou serviço”, complementa Luciana Stein, em entrevista ao portal.



Novo líder: Marketing não pode ser desligado do contexto sustentável

Autor do livro Escolas de Líderes Sustentáveis, Ricardo Voltolini fala sobre a inserção da responsabilidade social na estratégia empresarial e a postura esperada dos executivos

Por Bruno Garcia, do Mundo do Marketing 

bruno.garcia@mundodomarketing.com.br

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As empresas precisam de executivos com uma visão global para que consigam implementar a responsabilidade social em seus planejamentos. O conceito de liderança sustentável defende que os profissionais ocupando posições estratégicas devem olhar para os resultados de maneira holística e não apenas pelo foco da rentabilidade. Para este executivo, aumentar as vendas não pode ser considerado um bom resultado se a empresa ampliar o seu passivo ambiental, por exemplo.

Algumas grandes companhias já incluem fatores ligados à responsabilidade social empresarial em seu planejamento estratégico e na sua avaliação de desempenho, mas este movimento ainda precisa se intensificar para que o mercado passe a atuar em um novo modelo.  Isso demanda uma mudança nas escolas de negócio e nos programas de formação corporativa. 

Estas instituições em sua maioria ainda formam gestores pelos parâmetros tradicionais, mas a verdadeira liderança sustentável é aquela que equilibra resultados econômicos, sociais e ambientais.

O tema é discutido no livro “Escolas de Líderes Sustentáveis”, lançado pela Elsevier. A obra apresenta os conceitos do tema liderança sustentável e traz entrevistas com 10 CEOs de grandes companhias como Basf, IBM, Pepsico, Natura, Braskem e Whirlpool, contando como  estão incluindo a sustentabilidade na avaliação e condução dos seus negócios. “Podemos perceber que boa parte dos líderes são pessoas formadas em escolas cartesianas e elas enxergam muito mais as partes desligadas do todo. Mas a sustentabilidade não é uma disciplina a parte das demais. Ela é o pano de fundo para a discussão de todas a gestão empresarial.  Não é possível ensinar Marketing hoje desligado de um contexto sustentável”, explica Ricardo Voltolini, Autor do livro “Escolas de Líderes Sustentáveis”. Veja a entrevista completa:

Mundo do Marketing: Como surgiu o trabalho deste livro?
Ricardo Voltolini: Este livro é uma segunda obra de um movimento que criamos em 2011 chamado Plataforma Liderança Sustentável, que reúne presidentes de empresas consagradas no Brasil pela sua atuação no tema sustentabilidade. O movimento foi programado para cinco anos, trabalhando cinco temas. O primeiro foi o estado da arte da sustentabilidade. No segundo tratamos de como as empresas estão desenvolvendo e educando seus líderes para o tema. Este é o terceiro ano e estamos trabalhando a estratégia.

O livro “Escola de Líderes Sustentáveis” aborda a história de 10 grandes empresas que foram selecionadas por terem movimentos específicos de educação dos seus líderes para a sustentabilidade. A primeira parte é mais teórica, mostrando como estas instituições estão preparando seus executivos, e como deveria ser feito. Já a segunda parte do livro traz uma conversa com os presidentes destas empresas, como Natura, Pepsico, Braskem, Whirlpool e IBM.

Mundo do Marketing: Quando se fala em sustentabilidade, ainda há um gap muito grande entre o que é ensinado na academia e o que acontece na prática?
Ricardo Voltolini: Existe sim, pois se fala muito em documentos internacionais importantes ligados ao pacto global, aos princípos da educação responsável empresarial, o Rio +20, enfim, tudo sobre o perfil de um novo executivolíder. Este líder, que chamo de “líder sustentável”, seria capaz de enxergar a interdependência entre os sistemas econômico, social e ambiental. Ele não acredita mais em lucro que seja gerado a partir do prejuízo de pessoas ou do meio ambiente. Ele percebe a sustentabilidade não como um risco para a sua imagem mas como um conjunto de oportunidades para melhorar o negócio. 

Ao mesmo tempo, será que as escolas de negócio e os programas corporativos, estão atualizadas para o século atual, ou ainda estão formando para o século XX? É isso que me proponho a discutir no livro. A conclusão é que se fala muito no desenvolvimento de competências. Mas competência é um conjunto formado por conhecimento, habilidade e atitude. Este é um conceito clássico. 

Fato é que com o crescimento do tema sustentabilidade, é inegável que as escolas e programas tratam do conhecimento. Também estão desenvolvendo mais a habilidade, que é o saber fazer. O grande nó, no meu ponto de vista, é o terceiro vértice deste modelo, que é a atitude. 
Os programas são muito bons em oferecer o conhecimento e as ferramentas disponíveis, mas não discutem crenças e valores, fatores que estão ligados diretamente à atitude. Este campo ainda não está bem equacionado nas escolas de negócio.

Mundo do Marketing: Isso quer dizer que embora exista ampla teoria sobre sustentabilidade, as decisões ainda são muito embasadas em parâmetros tradicionais?

Ricardo Voltolini: Na realidade, isso explica em parte o problema. No geral, as empresas ainda são administradas sobre uma ótica bastante cartesiana. Podemos perceber que boa parte dos líderes são pessoas formadas em escolas cartesianas, que enxergam muito mais as partes desligadas do todo. Mas a sustentabilidade não é uma disciplina isolada. Ela é o pano de fundo para a discussão de toda a gestão empresarial.  Não é possível ensinar Marketing hoje desligado de um contexto sustentável. 

Por exemplo: muito se fala em diversidade e qualquer empresa minimamente séria possui um programa desse tipo. O tema pode ser tratado de três formas: podemos trabalhar só o conhecimento, reunindo os funcionários da empresa e apresentando números sobre este universo, leis e grupos que ainda são discriminados no mercado de trabalho. 

Mas também posso trabalhar a habilidade, oferecendo uma ferramenta aos funcionários e criar medidas para mudar este quadro: promover mais mulheres a cargos de liderança, contratar mais negros, ter mais aprendizes, valorizar os mais idosos ou incluir pessoas com deficiência. 

Mas se a terceira vertente não for trabalhada, que é a atitude: o mais provável é que toda esta discussão termine em um debate técnico, como vejo em boa parte das empresas. Na realidade, o que precisa ser discutido são os valores e crenças que podem estar por trás de resistências que estes ambientes têm à inclusão de pessoas com deficiência, ao crescimento profissional de mulheres ou de pessoas negras.

Se os valores não forem discutidos, a mudança para a sustentabilidade não vai acontecer. Portanto, o desafio de um líder para a sustentabilidade não é meramente tecnocrático. No trabalho que realizamos com lideranças que estão se destacando neste campo, fica claro que o papel delas é fundamental para o sucesso na estratégia da sustentabilidade. E este profissional tem características muito específicas.

Mundo do Marketing: E quais são elas?
Ricardo Voltolini: A principal é que ele realmente acredita e pratica os valores da sustentabilidade. Se olharmos sob um ponto de vista apenas técnico, chegamos ao ponto que você comentou, pois as decisões são tomadas levando em consideração fatores da administração clássica e as empresas enxergam os problemas de modo cartesiano e não sistêmico.  

A tendência é sempre avaliar um problema, destacá-lo do resto e criar uma medida para ajustá-lo. Porém, ele não pode ser olhado de forma isolada. Isso explica porque temos tantas empresas que criam políticas ligadas à sustentabilidade, mas tão poucas que partem da sustentabilidade já no seu planejamento estratégico.  Para chegar neste nível, depende de uma mudança mais profunda, que é inserir o tema na cultura organizacional.

Nenhuma pessoa mentalmente sã será contra os pontos ligados à responsabilidade social. Ninguém será contra a ética, contra diversidade ou contra a transparência, por exemplo. Mas o fato é que quando as pessoas estão envolvidas no universo corporativo, a lógica econômica sobrepõe as demais. Por isso o líder sustentável é aquele que equilibra o econômico, o social e o ambiental.

Mundo do Marketing: Para o livro, foram entrevistados CEOs de grandes organizações. A percepção final a partir deste contato é mais positiva ou negativa? Qual é o balanço?

Ricardo Voltolini: Meu balanço é positivo e sou mais otimista que a maioria. Claro que olhando para o conjunto de empresas brasileiras, estamos falando de um grupo muito pequeno de organizações que estão trabalhando o tema sustentabilidade em estágio avançado. Trabalho nesta área há 15 anos e nos últimos cinco, percebo uma evolução. 

Quem antes tinha práticas dispersas ligadas ao tema, agora busca inseri-las diretamente na estratégia do negócio. Um dos indicadores que avaliamos é o quanto a sustentabilidade está inserida no planejamento a ponto de influenciar a missão, a visão, objetivos e metas. Um grau mais elevado seria atrelar a remuneração variável de um indivíduo não mais a partir do resultado econômico, mas ao triplo resultado. Já temos no Brasil pelo menos 50 empresas que fazem isso. A Natura, em 2012, teve resultados econômicos bons. 

Mas naquele ano, nenhum dos líderes recebeu a remuneração variável porque deixou de cumprir dois resultados sociais. É bom ver que algumas companhias já adotam este comportamento. É uma migração de empresas que possuem a responsabilidade social como ações periféricas e pontuais, para um outro grupo que traz isso para a sua estratégia. 

Entre as empresas líderes, será raro encontrar uma que não tenha a sustentabilidade inserida de alguma forma no seu plano de negócios. E a cada dia, as médias vão incorporando estes prinípios na medida em que vão crescendo.

Sustentabilidade: adjetivo ou substantivo?



É de bom tom hoje falar de sustentabilidade. Ela serve de etiqueta de garantia de que a empresa, ao produzir, está respeitando o meio ambiente. Atrás desta palavra se escondem algumas verdades mas também muitos engodos. De modo geral, ela é usada como adjetivo e não como substantivo.

Explico-me: como adjetivo é agregada a qualquer coisa sem mudar a natureza da coisa. Exemplo: posso diminuir a poluição química de uma fábrica, colocando filtros melhores em suas chaminés que vomitam gases. 

Mas a maneira com que a empresa se relaciona com a natureza donde tira os materiais para a produção, não muda; ela continua devastando; a preocupação não é com o meio ambiente mas com o lucro e com a competição que tem que ser garantida. Portanto, a sustentabilidade é apenas de acomodação e não de mudança; é adjetiva, não substantiva.

Sustentabilidade, como substantivo, exige uma mudança de relação para com a natureza, a vida e a Terra. A primeira mudança começa com outra visão da realidade. A Terra está viva e nós somos sua porção consciente e inteligente. Não estamos fora e acima dela como quem domina, mas dentro como quem cuida, aproveitando de seus bens mas respeitando seus limites. 

Há interação entre ser humano e natureza. Se poluo o ar, acabo adoecendo e reforço o efeito estufa donde se deriva o aquecimento global. Se recupero a mata ciliar do rio, preservo as águas, aumento seu volume e melhoro minha qualidade de vida, dos pássaros e dos insetos que polinizam as árvores frutíferas e as flores do jardim.

Sustentabilidade, como substantivo, acontece quando nos fazemos responsáveis pela preservação da vitalidade e da integridade dos ecossistemas. Devido à abusiva exploração de seus bens e serviços, tocamos nos limites da Terra. Ela não consegue, na ordem de 30%, recompor o que lhe foi tirado e roubado. 

A Terra está ficando, cada vez mais pobre: de florestas, de águas, de solos férteis, de ar limpo e de biodiversidade. E o que é mais grave: mais empobrecida de gente com solidariedade, com compaixão, com respeito, com cuidado e com amor para com os diferentes. Quando isso vai parar?

A sustentabilidade, como substantivo, é alcançada no dia em que mudarmos nossa maneira de habitar a Terra, nossa Grande Mãe, de produzir, de distribuir, de consumir e de tratar os dejetos. Nosso sistema de vida está morrendo, sem capacidade de resolver os problemas que criou. Pior, ele nos está matando e ameaçando todo o sistema de vida.

Temos que reinventar um novo modo de estar no mundo com os outros, com a natureza, com a Terra e com a Última Realidade. Aprender a ser mais com menos e a satisfazer nossas necessidades com sentido de solidariedade para com os milhões que passam fome e com o futuro de nossos filhos e netos. Ou mudamos, ou vamos ao encontro de previsíveis tragédias ecológicas e humanitárias.

Quando aqueles que controlam as finanças e os destinos dos povos se reúnem, nunca é para discutir o futuro da vida humana e a preservação da Terra. Eles se encontram para tratar de dinheiros, de como salvar o sistema financeiro e especulativo, de como garantir as taxas de juros e os lucros dos bancos. 
Se falam de aquecimento global e de mudanças climáticas é quase sempre nesta ótica: quanto posso perder com estes fenômenos? 
Ou então, como posso ganhar comprando ou vendendo bônus de carbono (compro de outros países licença para continuar a poluir)? 

A sustentabilidade de que falam não é nem adjetiva, nem substantiva. É pura retórica. Esquecem que a Terra pode viver sem nós, como viveu por bilhões de anos. Nós não podemos viver sem ela.

Não nos iludamos: as empresas, em sua grande maioria, só assumem a responsabilidade socioambiental na medida em que os ganhos não sejam prejudicados e a competição não seja ameaçada. Portanto, nada de mudanças de rumo, de relação diferente para com a natureza, nada de valores éticos e espirituais. 

Como disse muito bem o ecólogo social uruguaio E. Gudynas: "a tarefa não é pensar em desenvolvimento alternativo, mas em alternativas de desenvolvimento¿.

Chegamos a um ponto em que não temos outra saída senão fazer uma revolução paradigmática, senão seremos vítimas da lógica férrea do Capital que nos poderá levar a um fenomenal impasse civilizatório.


Braskem é selecionada pela terceira vez consecutiva para integrar o Índice Carbono Eficiente (ICO2)

A Braskem, maior produtora de resinas nas Américas e líder mundial na produção de biopolímeros, foi selecionada pela terceira vez consecutiva para compor a carteira do Índice Carbono Eficiente (ICO2) da BM&FBOVESPA, em vigor desde 7 de janeiro. 


O portfólio é constituído por 31 ações de 30 empresas.

O ICO2, lançado em 2010, é composto pelas ações das empresas participantes do índice IBrX-50 que aceitaram adotar práticas transparentes com relação a suas emissões de gases efeito estufa (GEE). 

A ponderação da carteira leva em consideração o grau de eficiência de emissão de GEE, além do free float (ações disponíveis para negociação) de cada uma.

A Braskem investe na melhoria dos processos para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. Em 2013, realizou seu sétimo inventário de emissões, tendo sido constatada redução da intensidade das emissões de mais de 12% entre 2008 e 2012. 

No último ano, a empresa foi selecionada como benchmark na dimensão “Mudanças Climáticas” do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da BOVESPA, do qual participa há nove edições. Ainda em 2013, a Braskem foi considerada a melhor empresa brasileira na gestão de carbono, em excelência de desempenho e transparência, atingindo o topo do índice do Carbon Disclosure Project (CDP), considerado um dos mais respeitados indicadores de sustentabilidade no mundo para o mercado de capitais.

Internacionalmente, a Companhia também faz parte do Dow Jones Sustainability Emerging Markets Index desde 2012 (ano de sua criação), o índice de sustentabilidade de países emergentes da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse).

A Braskem é a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas. Com 36 plantas industriais distribuídas pelo Brasil, Estados Unidos e Alemanha, a empresa produz anualmente mais de 16 milhões de toneladas de resinas termoplásticas e outros produtos petroquímicos. 

Maior produtora de biopolímeros do mundo, a Braskem tem capacidade para fabricar anualmente 200 mil toneladas de polietileno derivado de etanol de cana-de-açúcar.

Solar térmico mais eficiente do que isolamento, garante estudo


A utilização de sistemas solares térmicos tornam uma casa 67% mais eficiente energeticamente do que um extremo isolamento do edifício. É o que afirma o estudo “Efficient balance between insulation and solar energy”, encomendado pela Associação Federal de Indústria Solar alemã - BSW-Solar.

As conclusões tiveram como base a análise e comparação entre três edifícios com níveis de eficiência energética elevados, construídos de acordo com três diferentes normas energéticas (aplicadas na Alemanha no âmbito do programa kfW, e nas quais o valor da categoria reflecte a percentagem do máximo de energia primária que o edifício): Efficiency House 70, Efficiency House 55 e Passive House.

De acordo com um dos exemplos patentes no estudo, a “Efficiency House 70”, que reúna caldeira a pellets e aquecimento solar, no qual os sistemas solares térmico cubram pelo menos 60% das necessidades de aquecimento do espaço e de água, produz 2 kg de emissões de CO2 por m2/ano. 

Enquanto as emissões de CO2 de uma casa passiva, com um tamanho equivalente, com sistema de caldeira a gás e sistema de solar térmico para aquecimento de água, é de cerca de 6 kg/m2, ou seja, três vezes mais, destaca a pesquisa.

Os edifícios com maior fracção solar têm vantagem sobre o isolamento mesmo noutras áreas para além da eficiência energética, aponta o estudo. Segundo os resultados apurados, os custos adicionais da infra-estrutura são 1,8 vezes mais baixos do que numa casa passiva com pellets e aquecimento solar, devido aos elevados custos em optimizações na envolvente do edifício e às reduzidas poupanças no consumo de energia primária.

O “Efficient balance between insulation and solar energy”, levado a cabo pelo Sonnenhaus-Institut e.V e pela Econsult, pretende criar “a base para uma discussão objectiva sobre o futuro da construção inovadora e energeticamente eficientes – num contexto de maior financiamento à eficiência”, como indicou Peter Rubeck, co-autor do estudo.



Brasil é o 14º país mais atrativo para energia renovável

40 mercados foram avaliados pela consultoria EY
Da redação

Crédito: Getty Images














Uma pesquisa elaborada pela consultoria EY - antes Ernst & Young – apontou que os mercados emergentes estão se tornando mais atraentes para os investidores em energia renovável, devido aos ambientes de políticas energéticas estáveis e confiáveis. 

Entre os 40 mercados avaliados, o Brasil ocupou a 14º posição como o mais atrativo para energia renovável.

Enquanto países como Brasil e África do Sul tem sido alvo dos investimentos, países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Austrália e Polônia estão vendo seus projetos abandonados e as saídas dos investidores devido às intervenções políticas.

“De um lado temos os países que estão revendo suas políticas energéticas, o que está levando a incerteza nos mercados. Já do outro lado, temos países que estão atraindo investidores pela implantação em larga escala de energia renovável e eliminação de barreiras”, explicou o diretor Global de Energia Renovável da EY, Gil Forer.

Apesar de não estarem entre as dez primeiras posições do ranking trimestral de atratividade de investimentos em energia renovável, os países da América do Sul continuam expandindo a sua presença no setor de energias renováveis.

No Brasil, só em 2013 já entraram em operação 3GW de capacidade instalada em energia renovável, e quase 40 GW de projetos se inscreveram para os leilões de novembro e dezembro. 

Outro destaque segundo a consultoria é o Chile, que continua a atrair projetos de grande escala , incluindo o maior sistema de energia solar não subsidiado do mundo. Além disso, o governo chileno dobrou sua meta de 20% de energia renovável até 2025.

Mercados como a Turquia e Tailândia também estão caminhando na mesma direção para atender a crescente demanda de energia. O governo tailandês anunciou recentemente um aumento de 51% na sua meta de energias renováveis para 2021 para quase 14GW, ou 25% do total de geração de energia elétrica – acima dos 8% gerados atualmente. 

Já na Turquia, os altos preços do mercado da eletricidade e um quadro de apoio robusto resultaram em aumento significativo de inscrições para os leilões de energia renováveis.

Segundo o EY, os Estados Unidos continuam em primeiro lugar no RECAI (Índice de atratividade de países em energia renováveis). No entanto, enquanto o país lançou recentemente o primeiro banco verde de Nova York, para alavancar pelo menos US$ 1 bilhão em investimentos privados para projetos de energia limpa, as preocupações quanto ao impacto dos preços de xisto e a falta de política energética em longo prazo podem levar à preocupação dos investidores nos próximos meses.

Outros mercados que também possuem atrasos nos investimento nesse setor devido às intervenções políticas são: 

Austrália , onde o novo governo prepara uma legislação para abolir mecanismos de preços de carbono do país em 2014; 
a Alemanha, que é colocado em terceiro lugar no índice, mas enfrenta pressão do setor elétrico para reexaminar os subsídios de energia renováveis; 
e o Reino Unido, cujo aumento das contas de energia só elevou a incerteza para os investidores. 

Na Polônia, uma proposta de mudança de certificados verdes para licitação recebeu respostas mistas.

Todavia, nem todos os mercados estão sofrendo de indecisão política. A China, por exemplo, continua a perseguir seu ambicioso projeto solar de 35GW para 2015, ao deixar de cobrar impostos sobre fonte solar e introduzir subsídios fiscais. 

Internacionalmente, a decisão da União Europeia de impor preços mínimos e quotas nos equipamentos chineses de energia solar, poderá fazer com que a indústria de energia solar europeia enfrente um período de incertezas pelos próximos dois anos.


Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de obras sustentáveis

Mesmo assim, esse universo ainda é pouco explorado e representa somente 2% do mercado da Construção Civil

Redação AECweb / e-Construmarket
Obra sustentável
Num cenário em franca expansão e com grande potencial de crescimento, o setor da construção sustentável se reuniu de 27 a 29 de agosto, no Expo Center Norte, em São Paulo, para apresentar as novidades e lançamentos do mercado e debater o futuro da construção no Brasil. 
“Já chegamos a 779 projetos registrados com a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), ocupando a quarta colocação no ranking mundial de obras sustentáveis. 


A estimativa é de alcançar 900 obras até o final de 2013, passando para a terceira posição. O mercado está percebendo os benefícios de implantar o conceito de sustentabilidade em um empreendimento, como a valorização do imóvel e a redução de custos operacionais”, afirma Marcos Casado, diretor técnico e educacional do GBC Brasil.

Atualmente, o custo inicial para a construção de um empreendimento ‘verde’ é de 1 a 7% mais caro se comparado a um edifício sem essa preocupação. Mas esse valor já foi muito maior – há cinco anos chegava a 30%. “Um dos principais motivos da redução desse custo é o aumento da oferta de produtos, serviços e tecnologias”, explica Casado.
Esse movimento repercute ano a ano na feira e congresso promovido pelo GBC Brasil, com o crescimento no número de expositores – 104 - e as novidades em soluções de energias renováveis como os painéis fotovoltaicos e sistema eólico, e opções de iluminação LED - mercado que evoluiu muito nos últimos anos. “Para se ter ideia, antes uma iluminação LED consumia em média 17 w/m². Atualmente, devido às novas tecnologias, esse valor se reduziu pela metade, chegando a 8 w/m². Isso representa uma economia muito significativa. Sem contar que a iluminação LED tem vida útil muito maior, se comparada às demais do mercado, alcançando cerca de 30 mil horas”, compara.
Com 70 a 80% dos visitantes da feira constituídos por arquitetos e engenheiros, além de profissionais da área de planejamento urbano público, a Expo GBC Brasil tem metade de seus expositores reincidentes de outras edições. “É um público focado e interessado, o que leva muitas empresas a se prepararem para lançar produtos especialmente para o evento. E pela postura positiva e otimista dos expositores, conseguimos ‘medir’ a eficiência da iniciativa”, comemora Casado.

FÓRUM DE DEBATE

Respeitáveis nomes nacionais e internacionais estiveram presentes durante os três dias de discussão sobre a ‘Construção Sustentável no Brasil’. “Vale ressaltar a palestra de Paul Hawken falando sobre o tema de seu novo livro e os cases ‘Parque da Cidade’ e a nova sede da Bayer, o edifício ‘EcoCommercial Building’, os dois em São Paulo”, comenta Marcos Casado. Outro destaque foi a programação voltada especialmente para arquitetos, intitulada ‘Green Design’, que abordou trabalhos de importantes escritórios de arquitetura do Brasil e exterior.

COPA DO MUNDO

“Pela primeira vez uma Copa do Mundo terá todos os estádios com certificação LEED”, diz o diretor, lembrando que desde o início, a construção das arenas foi pensada de forma sustentável. “Nos locais onde foi necessário demolir, houve aproveitamento do material destruído, diminuindo o impacto para a cidade”, informa.
Outras questões foram consideradas para que os estádios recebessem a certificação, como a eficiência energética nas áreas iluminadas, placares eletrônicos e automação; sistema de coleta da água da chuva – possível devido à colocação de cobertura em todos os estádios, com uso na manutenção e limpeza, e irrigação do gramado -; qualidade ambiental interna e nível de conforto em toda a arena; acessibilidade; e rotas de fuga, entre outras. “O Brasil atendeu a uma recomendação da FIFA, mas a partir de 2018, passará a ser obrigatório seguir essas exigências”, conclui.

LANÇAMENTOS EDITORIAIS

Pesquisadores especializados em temas voltados à construção sustentável também aproveitam o evento para lançamentos editoriais, como o professor Marcelo Romero, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), com o livro ‘Eficiência Energética em Edifícios e Sustentabilidade Urbana’; Ana Rocha Melhado, autora de ‘Cidades Sustentáveis’; José Flávio Leão, com a obra ‘Conservação da Natureza’; e o reconhecido ambientalista Paul Hawken, e seu trabalho ‘Carbono: O Negócio da Vida’.

COLABOROU PARA ESTA MATÉRIA

Marcos Casado – Engenheiro civil há 15 anos com especialização em administração e gestão ambiental. Atualmente é diretor técnico e educacional do Green Building Council Brasil e gerencia os comitês técnicos do LEED/GBC para adaptação do LEED ao mercado brasileiro e a elaboração do ‘Referencial Casa’ para certificação de residências no Brasil.